A ETE Júlio de Mesquita dos anos 80: conversa com a ex-aluna Aparecida Mansano Navarro

Por Polyana  Morais, Juliana Martins, Daniela Sirqueira, Raquel Monteiro e Giuliana Sisnandes

Foto: reprodução

Na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Elaine Cena Chaves Maia, em Santo André, uma ex- aluna da ETEC Júlio de Mesquita, Aparecida Mansano Navarro, ministra aulas de biologia. Além da transição do nome ETE para “ETE Centro Paula Souza”, outras lembranças e mudanças na escola foram vividas pela hoje professora de biologia, que ingressou no começo de 1980 na escola e formou-se no final de 1983.

As diferenças

 “Corredores separavam os alunos das alunas, e cada um seguia, rumo ao seu destino, sem contato com o corredor ao lado, visto que, só era possível a junção de todos ao final desses, onde havia um pátio. As regras também eram mais rígidas, caso suas menções fossem baixas, você não podia continuar no curso, e era expulso. Não eram 3 anos de ensino, eram 4, divididos entre 1°,2°,3° e 4° Grau” relembra.

A escola era apolítica e passou a ser política justamente durante o período em que cursava o segundo ano (na época chamado de 2º grau), quando foi criado o 1° Grêmio Estudantil. Discordâncias aconteciam porque nem sempre parte dos alunos apoiava as causas propostas por outra parte dos alunos, como greves.

Outro fato que deixou saudades e mereceu a referência da ex-aluna: “As feiras de ciências aconteciam no anfiteatro e reunia um número grande de pessoas, além da apresentação de temas muito interessantes” conta.

Aparecida Mansano Navarro, ex-aluna da ETEC Júlio de Mesquita

Lendas

Lendas diziam que um falecido professor assombrava a escola, assuntos que jovens inventavam para distração, presentes até mesmo em dias atuais, mas eram apenas lendas.

Mudanças de planos

Aparecida, antes de entrar na ETE, queria cursar magistério (formação para poder ministrar aulas nos ensinos infantil e fundamental I), mas como o curso era em período matutino, e ela trabalhava durante o dia, precisou redefinir seus objetivos, para conseguir chegar à sala de aula como docente.

Nos anos 80, os Cursos de Economia Doméstica começaram a ser readaptados e extintos, e foi nesse momento, em que a Júlio de Mesquita passou a ofertar o curso de Nutrição e Dietética, que Aparecida ingressou na escola. Como se tratava de um período de transição e início no curso: “acabei aprendendo muito sobre a importância de planejar tudo e pensar todos os gastos financeiros” conta.

Durante os 4 anos de Júlio de Mesquita a rotina diária de estudo e trabalho era exaustiva, e requereu muita persistência: “Nós tínhamos muitas horas de estágio a cumprir. Eu trabalhava o dia todo e estudava na ETE à noite, depois ia direto ao estágio em um hospital, que tinha início às 23h e eu permanecia até a madrugada, para em pouco tempo recomeçar o meu dia de trabalho, estudo na ETE e estágio”.

A vontade de ser professora e a banca para ser professora na ETE

“Estudar na escola foi uma base muito boa para a graduação em biologia, e para a vida profissional; hoje vejo que me espelhei em muitos professores da época” relembra.

“Eu fui uma aluna arteira, e ao término do meu último ano, fiz um teste para ser professora na Júlio de Mesquita, passei na primeira etapa que era uma prova escrita, depois, quando cheguei para a segunda etapa, que seria uma aula teste e me deparei com a bancada avaliativa composta por meus ex-professores; não consegui controlar o riso e concluir a etapa. Na época não consegui por conta disso, mas eu gostaria muito de dar aula hoje na ETE”.      

As matracas tricas e a cozinha

Os amigos fazem parte das boas lembranças e ainda estão presentes em sua vida, com destaque especial às amigas que formavam o grupo apelidado de “matraca trica”, e que também se tornaram ótimas profissionais, algumas hoje são, inclusive, diretoras de ETECs.

Foi uma dessas amigas, que dividindo bancada com Aparecida, em uma aula prática, a salvou de quase não conseguir finalizar uma avaliação: “lembrança ruim e muito marcante foi a de não conseguir assar um frango em uma avaliação, onde era necessário a retirada dos ossos e recheá-lo com farofa, amarrando-o e colocando-o para assar. Sempre fui péssima para cozinhar” relembra.

 Centro Paula Souza

Em seu último ano, a escola que era independente, passou a pertencer ao governo, e de ETE, passou a ser ETE Centro Paula Souza, atualmente ETEC.

 

 

 

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